“Fala-se tanto do crime organizado do narcotráfico, mas pouco se sabe sobre o crime organizado eleitoral. Este crime não pode ser considerado como caso isolado, mas como o mais nocivo tipo de crime organizado.”
A compra de votos nas eleições da nossa cidade e os mensalões demonstram as práticas desonestas entre agentes públicos do município, como secretários e assessores etc, aumentando cada vez mais os níveis de corrupção em Riachuelo, que contribuem cada vez mais para acentuar os níveis de pobreza em nossa querida cidade.
Foi o aconteceu neste feriado em nossa cidade, onde uma provável candidata a vereadora, juntamente com seu marido e comitiva, saiu às ruas riachuelenses distribuindo Pão para os pobres.
O que dizer desse ato? Filantropia de última hora? A pessoa que fez isso não costumava fazê-lo. Antes, trafegava em seu carrão com vidros fechados e ar condicionado ligado, parecia até estar em outro mundo. O carro dela é daquele que passa na propaganda dizendo assim: "pequeno pra quem vê, gigante pra quem anda." O resto da propaganda não digo, acrescento apenas que tal veículo somente servem para pessoas estribadas, mesmo que seja com o dinheiro alheio, dinheiro público.
Então, o que dizer desse ato? Surto de caridade, catolicismo franciscano? espiritismo recém-descoberto? Nova descoberta dos evangelhos? Dogmas e suposições à parte, a melhor resposta parece ser o tempo, o tempo que se aproxima. Estamos em 2011. Ano que vem é 2012, ano de eleições municipais, onde os pobres cidadãos de riachuelo voltarão às urnas, para escolher seu prefeito e vereadores. Logo, a explicação para a caridade de última hora são as eleições.
Não existe nada de mais em doar pães para os pobres na semana santa, isso se chama liberalidade. Que se doem pães e peixes. O ideal seria que não houvesse os donatários - pessoas que recebem os pães. Aliás, as boas prefeituras desse país, nessa época, distribuem gratuitamente para toda a população, ou para parte dela, peixes, para que o pobre tenha um prato diferente na páscoa. Em Riachuelo, partindo da Prefeitura, isso não existe nem em sonhos. É coisa do passado.
Mas alguém que tem a máquina na mão se dispôs a doar, pão pelo menos, porém, não se pode apagar a clara intenção eleitoreira. A pergunta que fica, se essa pessoa realmente se candidatar, com tanta liberalidade, tanta caridade, boas intenções, tal virtude continuará após a conquista da tão sonhada dente as nove cadeiras da Câmara? Ou será mais uma que, como lagartixa, acenará com um perpétuo sim para o prefeito aproveitador do momento? Para que serve um vereador? Para doar pães e peixes? para fornecer viagens em seu carro particular para Natal? Para comprar medicamentos na farmácia, às custas do erário? ou para se aproveitar dos medicamentos que vem para a prefeitura e doá-los aos seus eleitores e apadrinhados, se autopromovendo?
Vereador seria para fiscalizar as contas do prefeito e a administração de um prefeito. O que se vê aqui, e alhures, é um desvio dessa nobre função.
Desse modo, querido casal de candidatos, digo ela candidata ele patrocinador, parece que com o dinheiro público, façam isso não! Não entrem nesse esquema de corrupção terrível, que é o de trocar o voto por favores e atitudes de liberalidade. Pode ser perigoso, e o tiro sair pela culatra. Tem gente que pensa que o eleitor é sempre burro, que se engana fácil fácil. A política do pão e circo é antiga. Veio da Idade Média e era mais ou menos assim: Alguém vinha para o rei e dizia:
-Magestade, o povo está com fome?
o rei respondia:
- Com fome, hummm, vamos ver. Já sei, vou dar ao povo, diversão, um circo, para que se distraiam e com a distração esqueçam que eu estou aqui escondendo todo esse tesouro.
-Mas, Magestade, isso não diminuirá a fome do povo.
- Já, sei, respondeu o Monarca.
- Para que não morram de vez, preciso deles vivos, pode jogar os pães pra eles, porções moderadas, porque pobre é muito esfomeado. Se der o pão todo de uma vez, vão acabar com tudo. Assim, com um pouco de pão e um pouco de circo, a gente vai enganando.
- Magestade, o senhor é genial, o povo está gostando, só não se sabe até quando.
E, conta a história, que em 1789 a cabeça desse rei conheceu a guilhotina. Meditem nisso.
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